NOTA DE FALECIMENTO

“Não há obra que se erga sem que na argamassa esteja misturado o suor do pedreiro.”

Com grande pesar, o Sereníssimo Irmão Kamel Aref Saab, Grão-Mestre do GOSP, comunica o falecimento do Ir.’. Daury dos Santos Ximenes, ex-Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, ocorrido na noite do último sábado p.p., 21 de dezembro, vitima de problemas cardíacos.

O Irmão Daury Ximenes foi Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, e um imenso apoiador da nossa Desfederalização, estando presente na vitoriosa assembléia de 15/09.

O sepultamento ocorreu no Cemitério e Crematório Memorial Guararapes , em Jaboatão, dia 22/12, às 16:00h.

Que o GADU console sua Família.

http://gosp.org.br/nota-de-falecimento-11/

A Pedra Cúbica



Podemos afirmar que o segredo mais evidente e portanto mais oculto dos franco maçons é que eles existem e se perpetuam, há séculos, segundo Johann Gottlieb Fichte. Os maçons sempre existiram, dizia Franz Carl Endres, embora seja certo que eles não se chamavam desta forma.

Que obscura razão tem permitido uma continuidade semelhante no tempo, somente comparável à da Igreja Católica? Os iniciados argumentam que é o segredo maçônico. Este é o grande armazém intelectual sobre o qual se sustenta a maçonaria. A iniciação na ordem não é mais que uma iluminação, da qual os símbolos são o veículo, que pretende uma transmutação interior do postulante para fazê-lo digno da recepção do segredo.

Este processo é chamado de trabalho sobre a pedra bruta para convertê-la em pedra cúbica. A grande obra alquímica passa a ter um sentido espiritual: a perfeição, a partir do ponto de vista dos códigos morais e filosóficos da maçonaria. A pedra cúbica dos maçons faz alusão à pedra angular dos construtores de catedrais. O postulante, aceito pela comunidade, passa a ocupar o seu lugar em loja, pelo qual conquista o seu novo grau (salário).

Os maçons adotam boa parte das fórmulas alquímicas nesse sentido espiritual. Por exemplo, o acrônimo V.I.T.R.I.O.L. ( Visita Interiore Terrae; Retificando Invenies Occultum Lapidem: Visita o Interior da Terra; Retificando Encontrarás a Pedra Oculta. Seria algo assim como “aperfeiçoa-te a base de purificações, porque só assim conhecerás a verdade.”

De acordo com alguns, esse segredo é algo mais que a revelação da religião natural, ou da sabedoria dos humildes (a máxima expressão da sabedoria). Oswald Wirth fala de um poder misterioso e praticamente ilimitado do companheiro, quando este é investido. O segredo maçônico é expressado nos seguintes termos pelo autor. “Quando nos colocamos a ordem no grau de companheiro atraímos com a mão esquerda as forças difusas do ambiente e com a mão direita as concentramos em nós. O que nos parece tudo isto? O fluido akhasico, o Tohu cabalístico, a quintessência, quem sabe uma escala que vai muito além da moral no aperfeiçoamento do individuo.

Assim pois, boa parte dos maçons enxergam no segredo maçônico algo que supera um mero processo iniciatico  com um sentido místico e filosófico. Elias Ashmole (1617-1692) registrou em seu diário que um velho alquimista (William Back-house) lhe comunicou a verdadeira matéria de que se compunha a pedra filosofal, transmitindo-lhe como uma herança. Este mesmo filosofo afirmou em sua obra Theatrum Chemicum Britannicum. Certamente aquele para quem se abre o curso da natureza não se interessa em fabricar ouro ou prata, nem pretende que os demônios a ele se submetam. Só lhe interessa ver os céus abertos, o subir e descer dos Anjos de Deus e ver o seu próprio nome inscrito no livro da vida.”

Este não é todo o segredo dos maçons e dos alquimistas. Os governos do mundo fazem de tudo para encher suas arcas com dinheiro fácil e barato. Entretanto nenhum alquimista competente se atreveu a trabalhar para eles. Por que?

Em primeiro lugar porque o conhecimento da obtenção e a natureza da pedra filosofal supõe uma grave ameaça para a vida do filosofo hermético. Muitos alquimistas acabaram com seus ossos nas masmorras e nos cadafalsos, depois de serem feitos prisioneiros dos poderes públicos. Fundamentalmente porque a Grande Obra não está isenta de grandes riscos. Sherwood apresenta a natureza, do ponto de vista alquímico, da seguinte maneira: “Como uma obra de Deus, modelada pela semente da luz divina, que se achava dentro do todo e fortalecida pelo fluxo continuo da influencia que desce dos céus até a terra.” Esta luz divina, ou a Luz da Gloria (Shekiná), é um jogo perigoso. Isto é algo que não ignoram os verdadeiros iniciados.

O anti cristo pode até roubar a pedra, mas não sabe como usá-la, o que por si só já evita o desastre; o mais normal é que faça uso da ciência dos homens profanos, já bastante alucinante e apodrecida de orgulho. Isto é o que parece mais provável.

Acredita-se que o anti cristo foi Adolf Hitler, que efetivamente roubou a pedra. Felizmente não conseguiu despertar os seus poderes. Sua pedra fulgurante, sua arma não funcionou. Tudo se foi para o lixo juntamente com as suas idéias. O mundo respirou tranqüilo por enquanto, depois de haver amargado a perda de cerca de 50.000.000 de vidas.

Que mais podemos dizer?

Oriente do Recife, 11 de janeiro de 2010.