NOTA DE FALECIMENTO

“Não há obra que se erga sem que na argamassa esteja misturado o suor do pedreiro.”

Com grande pesar, o Sereníssimo Irmão Kamel Aref Saab, Grão-Mestre do GOSP, comunica o falecimento do Ir.’. Daury dos Santos Ximenes, ex-Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, ocorrido na noite do último sábado p.p., 21 de dezembro, vitima de problemas cardíacos.

O Irmão Daury Ximenes foi Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, e um imenso apoiador da nossa Desfederalização, estando presente na vitoriosa assembléia de 15/09.

O sepultamento ocorreu no Cemitério e Crematório Memorial Guararapes , em Jaboatão, dia 22/12, às 16:00h.

Que o GADU console sua Família.

http://gosp.org.br/nota-de-falecimento-11/

Jacques De Molay e a Vingança Templária


Uma das principais lendas da tradição maçônica enfoca a fé demonstrada nos últimos momentos pelo Grão-Mestre Templário Jacques de Molay. Quando estava no meio do fogo abrasador da fogueira no dia da sua execução (19 de março de 1314), lançou a imprecação seguinte: “Clemente, juiz iníquo, eu te coloco diante do tribunal de Deus dentro de 40 dias; e a ti, Rei Felipe, não menos injusto, antes de acabar o ano!” 


Outra versão, de Godofredo de Paris, testemunha de todos os feitos, afirma que o réu disse: “Não tardará a chegada de uma imensa calamidade sobre aqueles que nos condenaram sem respeitar a autêntica justiça. Deus se encarregará de aplicar as represálias por nossa parte.”

Efetivamente, o papa Clemente V morreu vítima de uma dor insuportável no ventre, perto de Avignon, exatamente 40 dias depois. Felipe IV, Rei de França, faleceu sete meses mais tarde. Segundo uns, em um acidente de caça; outros, porém, afirmam que acabou consumido sem diagnóstico, para espanto dos médicos. Possivelmente teria sido envenenado por algum agente templário. Baigent, Leigh e Lincoln afirmam que os templários eram muito doutos na utilização de venenos.

A maldição templária continua. Esquieu de Floyran, o personagem que fabricou as insídias contra os templários, morreu costurado a punhaladas naquele mesmo ano. E não foi o último. Também foi assassinado, ao longo dos meses seguintes, o prior de Montfaucon, outro dos instigadores do processo contra essa ordem de cavalaria.

Apesar da execução dos principais membros da ordem, o Templo continuava sendo poderoso. Continuou existindo de forma secreta, infiltrado na franco-maçonaria regular de obediência escocesa e desenvolvendo suas atividades em outras ordens de cavalaria. Mas a lenda não termina aqui. Paul H. Koch, em Illuminati, sustenta que a família Rotschild amparou a trama dos Iluminados da Baviera, reunindo-os em sua própria casa, em Frankfurt, 1786. De acordo com diversos especialistas, aquela reunião teve por objetivo principal o estudo detalhado dos preparativos da Revolução Francesa, que sucedeu poucos anos depois. Ali se acordou, entre outras coisas, todo o processo de agitação pré-revolucionária, o julgamento e a execução públicos do rei francês Louis XVI e a criação da guarda nacional republicana para proteger o novo regime. Também foi desenhado um plano para estender o processo revolucionário ao resto do continente europeu, provocando um cataclismo social que favoreceria os interesses dessa sociedade secreta.

No seu devido tempo, começaram a suceder coisas extraordinárias. Uma turba, supostamente insuflada por agentes provocadores, atacou a Bastilha, onde havia estado recluso Jacques de Molay em suas horas finais, dando inicio à Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789. Segundo uma crença popular, seriam os templários que promoveram a fuga do rei e a sua captura em Varennes. 


Luiz XVI no cadafalso
Louis XVI seria preso, para seu escárnio, no antigo palácio dos templários. A vingança templária se aproximava do fim. No momento em que a cabeça do rei rolava sobre o cadafalso, um homem que havia sido visto anteriormente em todos os feitos capitais da revolução, desde o momento da tomada da Bastilha, aproximou-se do patíbulo, recolheu a cabeça real em suas mãos e atirou-a sobre a multidão, exclamando: “Povo, eu te batizo em nome de Jacques de Molay e da liberdade! Jacques de Molay, já estás vingado!”

A lenda maçônica continua. Esta assegura que, na Paris revolucionária, um personagem gigantesco de longa barba aparecia em todos os lugares onde havia sacerdotes para degolar. Então lhes gritava com uma careta selvagem: “Toma isto pelos albigenses e pelos valdenses. Toma isto pelos templários!” golpeando-lhes furioso com o sabre, com a faca e com o maço. Com isto os revolucionários deram por cumprida a vingança aos templários, aos cátaros e a todas as vítimas da dinastia capeta.

Os jacobinos, nome que coincide com o do último Grão-Mestre, Jacques de Molay, talvez agentes dos templários e dos illuminati, coincidiam em um aspecto com os dirigentes da Revolução: eram todos maçons. Assim o foram Montesquieu, Rousseau, D´Alembert, Voltaire e Condorcet; mas também Mirabeau, Desmoulins, Marat, Robespierre, Danton, Fouché, Siéyes e o próprio Napoleão. Não esqueçamos que os boletins dos clubes jacobinos utilizavam como emblema "O Olho que Tudo Vê". E como sabemos, tanto o distintivo tricolor como a bandeira republicana ostentam as três cores simbólicas dos maçons (azul, branco e vermelho).  Além disso, o gorro frígio, iniciático por excelência, os distinguiam dos oponentes.

Hiram Abiff
A lenda não acaba aqui. Os franco-maçons converteram a morte de Jacques de Molay em um dos pontos capitais de sua doutrina. Aquele foi identificado com o mítico  Hiram Abiff, conforme se vê claramente no Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito. A data em que teve lugar a perseguição dos templários, sexta-feira 13 de outubro de 1307, ficou assinalada na memória popular como um dia nefasto. Sexta-feira 13 é o título de um filme de horror, assim como o nome do primeiro vírus informático de alcance global.

Existem outras referências ao mito que acabamos de narrar. No Grau 18 se diz: “Deus seja louvado porque o crime e os criminosos foram castigados". Aqui se alude à morte do capeta Louis XVI. No Grau 30 se atribui a este o papel de executor histórico e secreto de grandes vinganças. E ainda se acrescenta: “Sai da tumba uma voz para anatematizar o orgulho, a avareza e a ignorância, e esta tumba é a de Santiago de Molay, e a voz, a daquele mártir que amaldiçoa e entrega aos seus carrascos Felipe, o Belo de França, e Clemente V, para comparecerem, dentro do prazo peremptório, ante o tribunal da justiça divina...” Encontramos referências claras ao Cavaleiro do Templo também no Grau 27. 

Será que a vingança templária está encerrada ou iria mais além? Existiria uma história secreta, subterrânea, que de vez em quando aflora à superfície para desaparecer novamente no hermético, sendo cognoscível apenas para uma minoria invisível e misteriosa de seres que possuem alguns conhecimentos reservados?

Oriente do Recife, 14 de janeiro de 2010.