NOTA DE FALECIMENTO

“Não há obra que se erga sem que na argamassa esteja misturado o suor do pedreiro.”

Com grande pesar, o Sereníssimo Irmão Kamel Aref Saab, Grão-Mestre do GOSP, comunica o falecimento do Ir.’. Daury dos Santos Ximenes, ex-Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, ocorrido na noite do último sábado p.p., 21 de dezembro, vitima de problemas cardíacos.

O Irmão Daury Ximenes foi Grão Mestre do Grande Oriente de Pernambuco, e um imenso apoiador da nossa Desfederalização, estando presente na vitoriosa assembléia de 15/09.

O sepultamento ocorreu no Cemitério e Crematório Memorial Guararapes , em Jaboatão, dia 22/12, às 16:00h.

Que o GADU console sua Família.

http://gosp.org.br/nota-de-falecimento-11/

A Conspiração Oculta

Influência e Poder das Sociedades Secretas 
na História do Mundo


Na visão geral daqueles que têm pouco conhecimento da matéria, o ocultismo é a província de uma minoria de indivíduos desiludidos. Aqueles que estudam ou praticam o oculto são geralmente desprezados pelo público com base no sensacionalismo das histórias da mídia, rotulados como excêntricos, charlatães, desviados sexuais ou lunáticos. Qualquer pessoa envolvida com o mundo do ocultismo deve, conforme os argumentos, ser esquisita ou estranha na imaginação popular cheia de visões de templos com incensos, virgens desnudas nos altares, rituais bizarros, iniciações secretas e, na antipropaganda cristã, acusada de adoração das forças das trevas.

O intelectual racional, que é o principal crítico do ocultismo, com certeza se surpreenderá ao saber que a palavra “oculto” pode ser simplesmente definida como “escondido”. Ela é usada neste sentido, na astronomia, para descrever um planeta que se oculta ou se esconde da vista por um outro planeta. Ocultismo é, portanto, o estudo do que está escondido, o que faz com que seja menos sensacional e menos misterioso. Na prática, aqueles que seguem a senda oculta são herdeiros de uma antiga tradição de conhecimento esotérico com milhares de anos. 


Ocultistas experientes que sondaram os mistérios profundos desta tradição arcana são os guardiões de uma Sabedoria Antiga que constitui o ensinamento secreto que se oculta por trás de todas as religiões estabelecidas. Enquanto o ocultismo, como todos os sistemas religiosos, tem sua parcela de excêntricos, também ostenta membros que são pessoas respeitáveis, de alto padrão social.

O materialista intransigente que descarta o oculto como pura fantasia ficará ainda mais chocado ante as evidências provenientes de fontes ortodoxas e não ortodoxas, de que muitas das personalidades históricas famosas dos últimos 2.000 anos, incluindo estadistas, políticos, líderes religiosos e membros da realeza, estiveram ativamente envolvidos com as práticas ocultas, místicas e mágicas. Além disso, muitos eventos históricos do período tiveram significados ocultos, que só podem ser explicados em termos de uma conspiração oculta. A revelação dessa conspiração é fundamental para qualquer entendimento verdadeiro da história do mundo e do desenvolvimento da civilização ocidental.

Para o cidadão comum, o sistema político do país onde vive envolve apenas o mundano. A política está geralmente relacionada com a economia, a educação, o bem-estar social, a defesa da nação, o sistema jurídico e a governabilidade diária do país. A política internacional, por outro lado, envolve questões mais amplas, como os tratados entre as nações, as estruturas econômicas globais e a difícil responsabilidade de preservar a paz mundial ante a escalada da corrida armamentista. Quando vemos as faces sorridentes dos estadistas internacionais e dos líderes religiosos na televisão e nos jornais, fica difícil imaginar que por trás da fachada diplomática existe um mundo bem diferente; um mundo de sociedades secretas e de fraternidades ocultas. 
Desde os dias dos Faraós no antigo Egito que o oculto engendra uma rede complexa de espionagem e revolução.


Para entender melhor as origens da conspiração oculta, da forma como ela se manifestou, em princípio mais abertamente na Europa Medieval, através de sociedades secretas do período, é aconselhável examinar suas antigas raízes, que podem ser rastreadas desde o antigo Egito até as civilizações clássicas de Roma e da Grécia. Durante a Idade Média “surgiram” diversas sociedades secretas baseadas em doutrinas ocultas, as quais reivindicavam antecedentes datados do inicio da história da humanidade. As idéias místicas que esposavam tinham sua origem em crenças religiosas conhecidas. Essas crenças (pagãs?) sobreviveram à formação das principais religiões, como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, adotando suas manifestações externas e operando como uma tradição esotérica e secreta, muitas vezes acusadas de heresia.

Vamos tratar agora particularmente da Franco-Maçonaria e de sua presença nas grandes transformações ocorridas na história da civilização ocidental.

Na guerra da independência americana, a Maçonaria procurou se manter essencialmente apolítica, ou somente incidentalmente política. Havia maçons nas duas facções radicais e conservadoras de ambos os lados. A Maçonaria constituía, em sua maioria, uma voz inspirada na temperança e na moderação, mas alguns de seus membros eram revolucionários militantes, enquanto outros eram conservadores irredutíveis. Na mente de muitos, porém, era algo estreitamente ligado à revolução e à independência americana, que começou a adquirir uma imagem cada vez mais radical. Essa imagem estaria reforçada pela Revolução francesa.

Lafayette
A Maçonaria teve seguramente um papel importante nos eventos na França. Lafayette era um maçom dos altos graus e sonhava ver em seu próprio país os ideais que havia visto realizados na América. Muitos dos principais jacobinos – Danton, Sieyès e Camille Desmoulins – eram maçons ativos. Em toda a França a Maçonaria forneceu aos conspiradores militantes uma rede preciosa de informações, recrutamento, comunicação e organização.

Em 1797, um prelado ultraconservador francês, o Abade Augustin de Barruel, publicou um livro, Mémoires pour servir a l´histoire de jacobinisme, que veio a ser uma peça nefasta na história do pensamento social e político ocidental. Com efeito, o livro de Barruel relacionava a Revolução Francesa a um complô maçônico direto contra a autoridade secular constituída e contra a Igreja. Esta obra desencadeou uma onda de histerismo, gerando um corpo de literatura análoga sempre crescente para dar sustentação à teoria do complô. Do texto paranóico de Barruel derivou a imagem que prevalece até hoje da Maçonaria como uma vasta conspiração internacional, revolucionária e ativamente anticlerical, com objetivo de subverter as instituições existentes e instaurar “uma nova ordem mundial”. Graças a Barruel, a sociedade secreta tornou-se um fantasma que influenciava a opinião pública e minava os fundamentos da sociedade civil; uma mistura de estatura análoga àquela hoje atribuída ao terrorismo internacional.

Por mais estúpida que fosse, a obra de Barruel acabou se transformando numa espécie de profecia confirmada de fato. Por trás do fascínio romântico da imaginação colorida de Barruel, certos indivíduos, como Charles Nodier e Filippo Buonarroti, deram-se ao trabalho de inventar, escrever, falar e espalhar informações fictícias sobre as sociedades secretas. Com fervor inquisitório, a autoridade reagiu como conseqüência e perseguiu pessoas absolutamente inocentes, por suposta participação nessas organizações clandestinas. Para se defender, as pobres vítimas formavam verdadeiras sociedades secretas, a exemplo das fictícias. Dessa maneira nasceram numerosos quadros revolucionários secretos, alguns maçônicos ou semimaçônicos. Assim, o mito gerou a “história”.

Garibaldi e Mazzini
Indiscutivelmente, a Maçonaria, ou as suas derivações, participou de vários movimentos revolucionários na Europa. Mazzini e Garibaldi eram maçons ativos e o papel da Maçonaria na unidade da Itália foi ainda mais importante do que na fundação dos Estados Unidos. Até mesmo na Rússia a Maçonaria era considerada subversiva. Puskin, por exemplo, escreveu sobre a sua participação em uma loja de Kishinev, que teria tomado parte na revolta de 1825, provocando a expulsão de todas as lojas do país . Desnecessário dizer que esse procedimento se revelou inútil, porque numerosos radicais russos exilados no estrangeiro estabeleceram estreitas relações com a Maçonaria no exterior. Dostoievski descreve tal processo em sua obra I demoni.  

A realidade da situação era muito mais complexa e menos claramente definida. Se os maçons eram ativos nos movimentos revolucionários da Europa oitocentista, também eram ativos em regimes como os da Áustria de Metternich ou os da Prússia de Frederico II e IV. Aqui, a Maçonaria estava entrelaçada com a situação, como na Inglaterra, onde a Grande Loja continuava encarnando as virtudes vitorianas da sobriedade, da temperança e da moderação. Na França, os maçons conservadores eram tantos quanto os radicais e os revolucionários.

A lista dos maçons europeus merece destaque principalmente por sua incoerência. De um lado, compreende figuras como Mazzini, Garibaldi, Bakunin, Alexander Kerenskij da Rússia, Daniel O'Connell e Henry Grattan da Irlanda. 


George IV
De outro lado, dois reis da Prússia, três presidentes franceses (Doumer, Faure e Gambetta) e Talleyrand. Na Inglaterra, George IV, William IV, Edward VII, Canning, Lord Randolph Churchil, o Marques de Salisbury e Cecil Rhodes. Quase todos os marechais de Napoleão eram maçons; mas também o eram os seus principais adversários: Nelson, Wellington e Sir John Moore (Inglaterra), Kutuzov (Rússia), Blucher (Prússia), Sharnhorst e Gneisenau, fundadores do Estado Maior prussiano. Nas artes, os maçons ingleses tinham Walter Scott, Rider Haggard, Bulwer Lytton, Conan Doyle, Trollope, Kiplling e Wilde. No continente, a Maçonaria radical de Puskin na Rússia se opunha à ultraconservadora de Johann Wolfgang Von Goethe na Germânia.

Esta lista é apenas seletiva e por certo não é definitiva. Serve, todavia, para demonstrar que é impossível atribuir uma orientação ou uma coerência política à Franco-Maçonaria. O que vale para a Europa vale para outros lugares. Na América Latina, por exemplo, assim como na Espanha, na Itália e em outros países católicos, a Maçonaria era um centro de oposição ao controle sufocante da Igreja. Em conseqüência, quase todas as figuras da independência latino-americana, como Bolívar, San Martin, Abreu e Lima e Juarez, eram maçons ativos e dedicados, assim como também o eram os vice-reis, os aristocratas e os presidentes espanhóis das novas repúblicas, rigorosamente modeladas pelo exemplo dos Estados Unidos. No Brasil, tanto o império de Pedro II quanto a república que o sucedeu eram dominados pela Maçonaria.

George Washington
Ao Norte, pelo menos 12 presidentes americanos, a começar por Washington, eram seguramente maçons: Monroe, Andrew Jackson, Polk, Buchanan, Andrew Johnson, Garfield, Thedore Rosevelt, Taft, Harding, Franklin Delano Roosevelt, Truman e Ford. No Texas, a guerra da independência do México foi efetivamente dirigida por maçons, como Sam Houston. David Crocket, Jim Bowie e os outros defensores do Álamo eram todos membros da mesma loja. Durante a guerra da secessão americana, a Maçonaria estava presente em ambos os campos e teve um papel importante nas instituições, especialmente no exército da confederação.

Em 1987, foi publicado um manifesto pela OICTS (L´Ordre Internationale Chevalvesque Tradition Solaire) que encorajava a prática dos antigos ideais da Cavalaria, estimulando a unidade espiritual, fomentando a fraternidade de todas as raças, integrando a espiritualidade na vida diária e promovendo a melhoria da qualidade de vida pela adoção de princípios espirituais.

Priorado do Sião - símbolo
Nos grupos ocultos modernos que afirmam seguir as tradições das sociedades secretas medievais, incluindo os neotemplários, lojas maçônicas esotéricas e organizações sombrias como o Priorado de Sião, muitos temas comuns se agrupam. Politicamente eles incluem uma Europa unificada, com base em princípios espirituais. No momento, a CEE, com sua burocracia excessivamente pesada e excedentes de alimentos, parece uma sombra do grande plano concebido para uma Europa do Século XXI pelos que trabalham em nível esotérico por trás do cenário da política internacional.

A conspiração oculta que foi traçada é, na realidade, uma revisão histórica das tentativas dos iniciados na tradição secreta para promover o desenvolvimento da raça humana nas esferas social e espiritual. Essas tentativas foram frequentemente pervertidas e frustradas por aqueles cujos únicos interesses são as glórias do mundo material, a aquisição de poder pessoal, a supressão do conhecimento com fins egoístas e o controle das massas com propósitos políticos.

Muitos elementos renegados tentaram usar as sociedades secretas para encobrir os seus jogos de poder e alguns até usaram a máscara de iniciados. O esforço legítimo das sociedades secretas e das fraternidades ocultas para promover o progresso social e erradicar a ignorância tem sido muitas vezes grosseiramente mal interpretado por observadores preconceituosos que tiveram suas próprias razões para querer ver o fracasso desses objetivos.

É pouco conhecido o fato de que há milhares de anos as sociedades secretas e os grupos ocultos, guardiões da sabedoria esotérica antiga, estão exercendo uma influência grande e crucial no destino das nações. 


Templários
Como Maçons, Cavaleiros Templários e Rosacruzes, eles mudaram o curso das Revoluções Francesa e Americana, do mesmo modo como alteraram a ordem medieval. Inevitavelmente, os verdadeiros ideais e as práticas esotéricas dessas sociedades têm sido pervertidos por interesses individuais. Os nazistas, as forças britânicas de segurança, os fundadores da América e o Vaticano tiveram sua participação, para o bem ou para o mal, na conspiração oculta.

Oriente do Recife, março de 2009